Estréia em maio o último trabalho de Jece Valadão nos cinemas, 5 Frações de uma Quase História. O lançamento do longa, que tem o falecido ator na pele de um juiz inescrupuloso, está previsto para 9 de maio em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e agendado para 16 de maio em Belo Horizonte.
O filme é comandado pelos mineiros Armando Mendz, Cris Azzi, Cristiano Abud, Guilherme Fiúza, Lucas Gontijo e Thales Bahia.
Sobre como foi trabalhar com o ator, Mendz declarou: “Ele gostou do roteiro e aceitou o papel. O Jece era uma escola de cinema: ele sabia tudo. Desde como filmar até as estratégias adotadas para lançar um filme. A imagem que muitos têm dele não foi a que equipe teve. Foi um grande contador de histórias cinematográficas, uma pessoa muito tranqüila de se conviver no set”. -TRAILER DO FILME-
Valadão Morreu dia 27 de novembro de 2007, de parada cardíaca, aos 76 anos. Foi internado por insuficiência renal aguda no Hospital e Maternidade Modelo, em São Paulo. Ao longa da carreira, Valadão trabalhou em cerca de 100 longas como ator, diretor e produtor.
Famoso por interpretar papéis de cafajeste, ele fez sua estréia no cinema em 1949 em Carnaval de Fogo e Também Somos Irmãos, ao lado de Grande Otelo, com quem trabalhou nos filmes Três Vagabundos, Amei um Bicheiro e Barnabé Tu És Meu.
Nos anos 1960, o ator trabalhou em diversas adaptações de textos do escritor Nelson Rodrigues para o cinema, como Bonitinha Mas Ordinária, Boca de Ouro e Asfalto Selvagem, além de participar das primeiras montagens de Os Sete Gatinhos e Perdoa-me Por me Traíres, assinadas pelo dramaturgo.
Valadão foi casado com a irmã de Rodrigues e era considerado pelo escritor o ator perfeito para os seus trabalhos. Em 1964, ele fez sua estréia na direção em Procura-se Uma Rosa e no ano seguinte dirigiu, atuou e roteirizou História de Um Crápula, dando início a uma série de filmes conduzidos por ele, tendo fim em A Deusa Negra, de 1982.
Durante toda sua trajetória, Valadão interpretou personagens grosseiros e rudes: a típica figura do “machão”, pela qual ficou conhecido nas pornochanchadas dos anos 1970. Certa vez, o ator afirmou que o único papel bonzinho que fez foi no filme Obsessão, de 1973, e a tentativa não deu certo.
Nos anos 1990, o ator se converteu na Igreja Evangélica, se tornando pastor da Assembléia de Deus e do Bom Retiro em São Paulo. Depois da mudança, Valadão disse em entrevista que renasceu espiritualmente.
O longa Tieta, de 1995, foi seu último trabalho no cinema. Valadão planejava retornar à tela grande com o filme Encarnação do Demônio, dirigido por José Mojica Marins, o Zé do Caixão, que está sendo produzido.
Sua última participação na TV foi na minisérie Filhos do Carnaval, onde interpretava um poderoso bicheiro, papel freqüente em sua carreira, e na novela Bang-Bang fazendo uma participação especial.